E 2016 chegou. Tão esperado por causa do fiasco sócio-econômico que foi o ano que acabou, este novo ano se inicia cheio de expectativas e com uma atenção especial ao desenrolar dos problemas fatais que assolam o atual governo brasileiro. Enquanto a economia no mundo inteiro apresenta sinais de crescimento, a uma taxa média global de 2,7% em 2015, nosso Brasil amarga perdas e estagnação, resultado de erros cometidos pela gestão pública nos últimos 10 anos, pelo menos. Muitos preconizam que 2016 será ainda pior. Acreditam que nosso país amargará mais perdas e mais sufoco. Os cortes anunciados na educação (Pátria Educadora?) e nos programas sociais mostram que o pessimismo não está de todo errado. É ver para crer.

No mercado publicitário não foi diferente. Vimos várias agências diminuindo sua equipe de colaboradores e reinventando sua forma de trabalhar para não fechar as portas. Vimos, também, agências fechando as portas, literalmente. Reflexo da drástica diminuição de investimentos em mídia por parte dos clientes. Vimos muitos executivos se vangloriando que não seriam atingidos por esta crise porque não tinham contratos com os governos locais ou federal. Infelizmente esqueceram de mensurar que muitos seus clientes, direta ou indiretamente, dependiam de contratos públicos e, sem receber o que já entregaram, não conseguiram honrar com o planejamento de comunicação (se é que houve planejamento) traçado no início do ano passado. Quebraram também. Agência e cliente.

Foi un ano difícil esse 2015. Ano para se esquecer. Ou talvez não. Muitos donos e diretores de agências de publicidade viram sua zona de conforto abalada e tiveram que botar a mão na massa para “trocar o pneu do carro em movimento”. Tudo mudou. Nada do que era esperado aconteceu. Clientes diminuíram seus investimentos ou, simplesmente, cancelaram contratos de publicidade. Neste ano que passou o planejamento voltou a ter significado fundamental para as empresas, em especial para as agências de publicidade. Outrora negligenciado (por desconhecimento ou por ser complicado demais, o que discordo), planejar foi crucial para que fosse possível chegar até 31 de dezembro com a maioria das contas em dia e com fôlego para prosseguir no ano que se inicia. Planejamento. Palavra de ordem e difícil de ser ignorada neste momento. Mas assim aconteceu.

O foco de nossa agência sempre foi calcado em três pilares de atuação: 1) Criação, 2) Planejamento, e 3) Estratégia. Sempre defendemos a importância em se saber o que vai ser feito daqui a 3 ou 9 meses, e como mensurar os resultados desse planejamento para os clientes da agência. Não estamos afirmando que a crise não chegou até nós ou aos nossos clientes. Sim, chegou e chegou forte, mas a questão é que com um planejamento aprovado em mãos e com uma estratégia definida em ação, tivemos a capacidade de orientar nossos clientes (e nós mesmos) sobre as melhores possibilidades de caminhos a serem seguidos e as perspectivas de resultados para cada escolha feita. Os que nos seguiram, conseguiram. Outros estão tentando arrumar a casa depois do furacão que passou. Segundo Charles Darwin, em seu estudo sobre a Evolução das Espécies, não é o maior que prevalece sobre o menor, nem mesmo o mais rápido sobre o mais lento. A espécie que sobreviverá a tudo e a todos é a que melhor se adaptar às mudanças do ambiente em sua volta. Adaptação: esta é a palavra. Você não se adapta depois que uma situação extrema acontece. Você começa a se adequar conforme o ambiente vai mudando. Quem deixa para mudar depois geralmente morre.

Nós, da Tacticall Comunicação Integrada, acreditamos que o ano de 2016 será de muitos desafios, ainda com problemas, mas com oportunidades que antes não existiam. Como a crise pegou todos em cheio em 2015, este ano as pessoas já se adaptaram aos problemas trazidos por ela. Já se assustaram, já se retraíram e já imaginam o que esperar do quadro geral de nosso país. O Brasil não vai parar. Novos formatos de negócios e negociações hão de surgir e as agências de publicidade e as empresas/clientes irão criar novos modelos de conversa. De uma forma ou de outra as espécies estão se adaptando ao ambiente atual. Mantenha sua atenção em estado máximo para não perder as oportunidades que estão por acontecer. Fique esperto e seja perspicaz. A economia irá reagir e a estagnação irá passar. Não acredite apenas no Brasil, mas, principalmente, em sua capacidade de fazer as coisas acontecerem. Use o Planejamento e a Estratégia a seu favor. Planeje, faça, cheque e vá para ação. É o simples ciclo do PDCA, tão repetido em administração. Analise o mercado à sua volta. Tenha bem claro as oportunidades e as ameaças, assim como os seus pontos fortes e suas fraquezas (agora estamos falando da análise SWOT). Tantas e tantas ferramentas que podemos utilizar em nosso Plano de Negócios que seria bobagem ficar esmiuçando cada uma delas agora. Mas não negligencie o seu planejamento. Faça-o e refaça-o. Pense-o e repense-o. Sem ele você não é nada.

Quem não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve. 

Feliz Ano Novo!

Wander Innocencio

Sócio-Diretor da Tacticall Comunicação Integrada